Eu passaria pelas ruas colhendo miragens. Eu selaria cartas mandadas de estranhos para estranhos. E estranhos passariam por mim e não pensariam em nada. Não colariam lembretes na geladeira para que lembrassem que me viram. E as cartas, mesmo quando com o endereço certo, não seriam respondidas. Elas não foram mandadas esperando que fossem respondidas. Os selos pesariam mais que as palavras. E neles não estariam desenhadas minhas miragens. Naquele ônibus, ninguém ousaria parar no ponto perto de suas casas. Ninguém queria chegar em seu endereço certo. Eles vagariam pelas ruas. Eu colheria miragens. Eles não me veriam. Eu ficaria cega. Eles mandariam cartas. Eu não colecionaria paisagens.
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